Educação, tecnologias e gênero : uma reflexão sobre o androcentrismo na tecnologia



Trabalho

Ano: 2017

Tipo: Dissertação

Agência fin.: Sem agência definida

Grau: Mestrado

Disciplina: Sem disciplina definida

Universidade (IES): PUCSP

Faculdade/Departamento: Sem Faculdade/Departamento definido

Programa: Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo

Fonte de dados: PUCSP Dspace

Autor: Silva, Jane Reolo da

Orientador: Silva, Maria da Graça Moreira da


Assunto: Androcentrismo,Tecnologia educacional,Genero e tecnologia,Curriculum,Technologies in education,Gender and technology


Resumo: Esta pesquisa se insere na linha de pesquisa Novas tecnologias na educação do programa de Pós-Graduação em Educação:Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A partir da década de 1980, as mulheres avançaram quantitativamente nos espaços acadêmicos e no mercado de trabalho. No entanto, nos cursos e profissões da área de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM ou STEM) a presença feminina não ultrapassa vinte por cento. Esta pesquisa objetiva refletir sobre as causas dessa iniquidade de gênero. Esta pesquisa partiu da questão: Quais são as causas da iniquidade de gênero na área de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM ou STEM), segundo o olhar de ativistas pela inclusão feminina no desenvolvimento de tecnologia? Foi fundamentada em um referencial baseado em autores com abordagens sobre o papel do gênero como elemento de análise das relações interpessoais como Scott e Colling. As autoras Boix e Natansohn foram fundamentais para a reflexão sobre gênero e tecnologia. Outros autores contribuíram na abordagem das relações de gênero na educação básica como Auad, Moreno e Lins Machado e Escoura, que analisam o papel da educação na construção de uma cultura na educação básica que estabelece hierarquias e barreiras nas relações de gênero. Já Vieira-Pinto aborda a questão do uso da tecnologia como instrumento de poder e Paulo Freire aponta a questão da educação como instrumento de empoderamento em uma perspectiva de desconstrução de injustiças nas relações de gênero. A trajetória metodológica seguiu a abordagem qualitativa de natureza interpretativa. Para responder a questão problema desta pesquisa foram realizadas entrevistas com docentes de instituições de ensino de diversos cursos da área de STEM envolvidos no Programa Meninas Digitais, organização que desenvolve ações formativas, objetivando aproximar meninas do contexto da programação de computadores e da área de STEM. A investigação sobre as inter-relações entre gênero, tecnologia e currículo possibilitou identificar, entre as casualidades das limitações à participação de meninas como desenvolvedoras de tecnologia, padrões de comportamento presentes nas narrativas dos sujeitos da pesquisa. Estes padrões foram categorizados em expressões concretas de relações de gênero: sexismo, misoginia, estereótipos e expectativas de gênero. Foi estabelecida uma relação sobre a presença no currículo oculto da educação básica de um aprendizado da separação, através de situações cotidianas que reproduzem as expressões categorizadas. Concluímos através dos dados colhidos aspectos culturais das relações de gênero como condicionantes da não escolha acadêmica e profissional pelas mulheres pela área de tecnologia. Apontamos a necessidade da consideração pelas políticas públicas e sociais, bem como os processos formativos de educadores a reflexão das relações de gênero no currículo da educação básica,


Abstract: This research is inserted in the line of research New technologies in the education of the program of Post-Graduation in Education: Curriculum, of the Pontifical Catholic University of São Paulo. Since the 1980s, women have advanced quantitatively in academia and the labor market. However, in the courses and professions of Science, Technology, Engineering and Mathematics ( STEM) the female presence does not exceed twenty percent. This research aims to reflect on the causes of this gender inequity. This research started with the question: What are the causes of gender inequity in Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM), according to the activists view of womens inclusion in technology development? It was based on an author-based framework with approaches on the role of gender as an element of analysis of interpersonal relationships such as Scott and Colling. The authors Boix and Natansohn were fundamental for the reflection on gender and technology. Other authors have contributed to the approach of gender relations in basic education such as Auad, Moreno and Lins Machado e Escoura, who analyze the role of education in the construction of a culture in basic education that establishes hierarchies and barriers in gender relations. Vieira-Pinto discusses the use of technology as an instrument of power and Paulo Freire points to the issue of education as an instrument of empowerment in a perspective of deconstructing injustices in gender relations. The methodological trajectory followed the qualitative approach of an interpretative nature. To answer the problem question of this research were conducted interviews with teachers of educational institutions of various STEM courses involved in the Digital Girls Program, an organization that develops training actions, aiming to bring girls closer to the context of computer programming and the STEM area. Research on the interrelationships between gender, technology and curriculum made it possible to identify, among the coincidences of the limitations to the participation of girls as technology developers, patterns of behavior present in the narratives of the research subjects. These patterns were categorized into concrete expressions of gender relations: sexism, misogyny, stereotypes, and gender expectations. A relation was established about the presence in the hidden curriculum of the basic education of a learning of the separation, through daily situations that reproduce the categorized expressions. We conclude through the data collected cultural aspects of gender relations as conditioners of the non-academic and professional choice of women in the area of technology. We point out the need for consideration by public and social policies, as well as the formative processes of educators, the reflection of gender relations in the basic education curriculum


Referência: Dissertação (Mestrado em Educação: Currículo) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017-02-07

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